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sábado, 19 de abril de 2014

ASSUNTO POLÊMICO - Professor ou educador?

Caros amigos,

Como mãe representante de uma escola e curiosa que sou, tenho buscado pesquisar, assistir, me interagir com o máximo de informações possíveis acerca do tema Educação, no máximo de fontes disponíveis que eu consiga ter acesso, no tempo que tenho livre.
E nessas pesquisas, vejo que o debate em torno do papel do docente na educação ou na transformação da educação - que são assuntos diferentes desde o momento que a exigência das habilidade do professor de 10, 15 anos atrás era uma e a de uns 5 anos até hoje mudou e continuará mudando no novo cenário de debates sobre o tema educação mundial - se torna incontestavelmente polêmico e algumas vezes até antagônico no que diz respeito às suas competências necessárias, em relação à sua formação.
Ainda é um pouco confusa para mim a análise sobre o comportamento, a formação, a postura, a visão, a abordagem e as multi-habilidades que um bom professor precisa ter para entrar nesse cenário que une por um lado as necessidades de uma transformação social a partir de uma visão mais crítica e positiva em torno da educação e por um outro a luta das hegemonias para se manterem no poder através de mecanismos e ferramentas que já estão adaptadas e enraizadas no consciente e no inconsciente coletivo.

O que é ser professor? O que é ser um bom professor? Eu também faço essa pergunta várias vezes. A sociedade também tem essa dúvida, que já vem sendo amplamente debatida por pessoas altamente capacitadas e engajadas no assunto, mas que ainda tem muitas respostas e poucos resultados práticos.

 O professor precisa mudar, a escola precisa mudar, os alunos precisam mudar, as famílias precisam mudar, a mídia que também educa precisa mudar... A sociedade sofre, está doente. De quem é a culpa? Pior: Como mudar esta situação? Quem prioritariamente precisa mudar para que a engrenagem da mudança funcione correta e automaticamente?

O que assisto hoje:
Desestímulo
Frases comuns dos professores da rede pública municipal carioca que ilustra não somente o desestímulo como também a desorientação causada por uma série de meios e em função de diversos fatores:
- Eu aprendi na escola a ser professor e não educador.
- Os pais acham que a escola é uma caixa de guardar crianças.
- Não há interesse na educação por parte do governo.
- As mulheres só sabem colocar filho no mundo.
- Eu não ganho pra isso.
- Cadê minhas 40 horas semanais que não foi liberada pra todos?
- O que eu vou fazer pra escola vai me render um dia de folga?

Vale ressaltar que não podemos generalizar, mas o resultado que vemos é assustador. E nem podemos dizer que algumas colocações deles estejam erradas... Mas agente sabe que com estas mentalidades, qualquer trabalho que se faça ou qualquer empenho em fazer algo que possa contribuir fica três vezes mais trabalhoso, isso quando não acaba sendo fator impeditivo para a concretização.

É comum o professor não acreditar na mudança e isso é muito triste de assistir como mãe, como família. Porque se ele não acredita, é possível que muitos que por ele estão sendo formados não acreditem também. Mas não é ele quem ensina a pensar, refletir, libertar? Onde estão as soluções que precisam ser encontradas? Porque tantos protestos e quando se tenta encontrar uma solução dentro da escola agente não pode contar com eles? Porque eles dizem que os pais tem que participar mais e antagonicamente esses mesmos são tão resistentes a esta participação?

Agente entende que o sistema de falência trabalhou muito para que fosse assim e que criou um círculo vicioso que agora fica difícil entender onde se começa e onde se termina, que vem prejudicando até o próprio sistema das hegemonias, porque não tem gente, além de capacitada, com formação ética e cidadã para os servir. E os professores acreditaram mesmo que não podem fazer nada.
Nossa, nesse país de proporções continentais onde tudo é muito, grande, oneroso... Como preparar todos esses profissionais para serem agentes de uma transformação que precisa começar neles mesmos? Tem gente disposta e capacitada o suficiente para prepara-los?

Conversar com um professor hoje é basicamente ouvir lamentações e ataques políticos-partidários o tempo inteiro.  E normalmente inflamados. Não ouço soluções que não puderam ser viáveis por alguma questão específica. Como mãe representante, fiz uma proposta à direção para mapearmos todos os problemas existente num relatório e debatermos com o CEC suas soluções que já são possíveis e aquelas que seriam necessárias, mas que encontrariam impedimentos provenientes de hierarquias e poderes maiores. Ainda não inciamos na escola nenhum trabalho nesse sentido. Pelo menos eu como mãe representante não tomei conhecimento ou assinei algo a respeito. Os assuntos discutidos ainda são isolados e direcionados até por conta da escassez de tempo. Mesmo assim eu considero que seria um trabalho muito importante a ser desenvolvido com a ampla participação dos professores, peças chaves na descoberta de soluções.

Mas e as famílias, onde entrariam nessa luta e a pergunta vai mais além: Como? Qual o mecanismo ou a ferramenta que ela possui para contribuir com a educação dos filhos se desde que o mercado de trabalho absorveu de vez as mulheres, que antes cuidavam dessa parte dentro de casa, muitas crianças passam a maior parte do tempo sozinhas ou com pessoas que não estão habilitadas nem técnica e nem afetivamente para isso? E se a TV, maior entretenimento e companheira dessas crianças não cumpre o que estabelece as leis de concessão que é contribuir com uma formação ética e moral dos indivíduos?

E em meio a todas estas dúvidas, nossas crianças e jovens continuam no meio dessa guerra de poderes entre o bem e o mal e com uma grande dúvida de quem é bom e quem é mau nessa história.

Prefiro ficar com a esperança de que esta guerra, ou melhor, este movimento de mudança que se iniciou, se transforme numa grande contribuição na formação de adultos mais críticos e com suas intuições mais aguçadas, já que não lhes resta muita coisa mais tangível e que esta nuvem intuitiva seja suficientemente grande e forte para, quem sabe, contribuir com uma mudança mais técnica, científica e eficaz das gerações que virão deles.

Fica aqui registrado mais um sentimento de uma mãe.














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