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sábado, 12 de abril de 2014

REUNIÃO Escola Municipal Luiz Gonzaga

Hoje foi colocado mais um tijolinho bem alicerçado na construção da plena democracia dentro da Escola Luiz Gonzaga. E é pela democracia que estou aqui neste espaço. Por mim, pelos meus filhos e muito mais que isso... Pelos filhos e famílias das quais nem conheço de perto, mas que anseio por conhecer um pouco mais e das quais acredito que, se bem informados, bem orientados e críveis de fato perante a escola em relação às condições que eles tem de ingressarem de corpo e alma neste movimento de transformação da educação, terão capacidade de surpreender.

Ser mãe atuante dentro de um conselho escolar não é tarefa fácil por muitos fatores. Vou tentar listar alguns para que vocês entendam: O primeiro e mais importante deles é saber trabalhar com o nós e não o eu, depois, a escola aprender a deixar de ser o centro da gestão, e ainda a força do papel do cec nas decisões, a exposição de problemas que antes eram compartilhados com apenas alguns, a cobrança de melhorias com uma visão de fora, a falta de credibilidade da escola em relação ao representante dos pais, a falta de conhecimento deste representante, a vaidade da escola em relação às suas próprias tomadas de decisões... Enfim... Não conseguirei descrever todos. É importante ressaltar inclusive que alguns deles aprendi com a nossa diretora, que sempre me ensina muito.

Vou abrir uma parêntese para contar um pouco da minha história como representante.
A minha história como mãe representante não começou aqui. Desde o final do ano passado (out e nov) tenho acompanhado de muito perto o trabalho realizado dentro da escola, embora eu já fosse representante do CEC desde o início do ano de 2013. Mas para desempenhar esse trabalho não remunerado e tão fundamental na gestão escolar, como deve ser de fato, é necessário um pré requisito indispensável que se chama DISPONIBILIDADE de muitas coisas: Primeiro de tempo (o que eu não tinha), para estar na escola muitas vezes, para doação emocional às famílias e ao empenho de ter um resultado positivo para a escola neste movimento, para buscar conhecimento, embasamento e análises sobre diversas situações e por último para desenvolver uma paciência e diplomacia tamanhas de maneira que se consiga trabalhar os problemas sem máscaras e ainda conquistar a "amizade" da escola. Nossa, que difícil!!!!!

Eu particularmente gosto de verdade da nossa direção, embora ouça algumas reclamações de sua gestão. Por isso eu pergunto, confirmo, elucubro, para entender exatamente como e porque as coisas acontecem e quando não acontece o que precisa que aconteça, onde começa e onde termina. Muitas vezes, as reclamações vem por falta mesmo de conhecimento dos pais. Outras vezes não.
E minhas análises continuam.Não acredito em fatalismos. Nem adianta me contar história triste. Isso os jornais já fazem demais, até passam dos limites! Eu sei que as realidades vividas numa grande parte não são as melhores, para não dizer algo pior. Mas é justamente por acreditar na união dos esforços como fator decisivo na virada desse jogo é que me lancei na loucura de ser representante das famílias. E DE VERDADE!!!! Não me venha com enrolações, massagens de ego, números fictícios, isso tudo me causa uma profunda irritação. Que me contenho e sei que me desenvolvo nesse processo, mas meu tempo é precioso demais para perdê-lo se não for por uma causa viável.

Porque eu gosto da direção da escola? Porque eu acredito de fato que ela queira fazer a mudança! Porque, embora eu tenha consciência de que ela sirva a um sistema, o sistema público falido do ensino carioca, já presenciei inúmeras situações resolvidas com sabedoria e tranquilidade necessárias em determinados momentos. Conhecimento, habilidade e capacidade não faltam a ela. Inclusive aprendo muito! A efetividade das ações necessárias, esta é a cobrança! E essa cobrança é de responsabilidade nossa OS PAIS. Por isso, embora eu a ame, nunca deixarei de questionar, duvidar, ratificar e até discordar dela.
Uma coisa bacana demais que ela tem e que os pais da escola precisam saber é a condução na construção dessa democracia que tanto queremos. Eu sei claramente que o discurso da democracia não vem dela, não foi ela que inventou e nem a nossa escola. Isso vem da esfera federal para baixo como consequência de um movimento mundial. Mas ainda assim, é necessário talento para gerenciar este processo. Por isso sempre a reverencio, esquecendo certas vezes até da equipe pedagógica como um todo. Mas desculpe, eu vejo a cobrança e condução dela em relação a esse assunto.
Só me incomodo muito e ela já sabe disso, porque eu já falei, com todo o carinho e respeito que tenho por ela, é que  não gosto da postura defensiva da escola para comigo. O fato de eu ter assumido com mais tempo de dedicação a posição de representante das famílias no fim do ano passado (em meio à greve), não me coloca alienada. Muito pelo contrário. Além de ser uma característica minha o interesse pela vida escolar dos meus filhos, desde os mais velhos em suas mais tenras idades, inclusive sempre trabalhando - quem quiser comprovar fique a vontade - sou observadora e curiosa. Sempre conversamos bastante quando nos encontrávamos, a ponto de eu apoiá-la em questões importantes da escola. E conseguimos muita coisa dentro deste apoio. Eu sei que ela sabe e reconhece isso, mas nem todos. Mais uma vez a extrema necessidade de relatar publicamente os fatos. Para que não se percam na eternidade. Não estou aqui querendo fazer algum tipo de auto-afirmação. Quem quiser assim entender, fique à vontade também. Só acredito que para fazer um trabalho de verdade, a primeira coisa que deve existir é a VERDADE. E eu não acredito na reclamação como forma de expressão. Para mim o conselho é o cérebro da escola, porque reúne todas as questões que a envolve, de todos os âmbitos que nela habitam e que podem ser pensadas, analisadas, debatidas e de onde virão soluções algumas provisórias e outras permanentes.
Porque digo tudo isso? Porque estou focando questões que, embora já estejam, segundo a escola, sendo combatidas e analisadas desde que a nova gestão assumiu, ainda estão muito presentes como por exemplo: A violência. Não é apenas uma questão de brigas e mal comportamento, que já é terrível. O que vemos na escola hoje, relatado por muitos pais com os quais converso, e infelizmente, muitas vezes presenciado por mim, é que não há o menor controle sobre a má conduta de uma grande quantidade de alunos. Os argumentos da escola são vários, mas eles não batem. Porque ela não cessa, embora a escola teime em dizer que melhorou em relação a alguma coisa. Um questionamento mais profundo com as famílias e com os alunos pode confirmar o que exponho aqui. Parece que não existe ordem. Está tudo muito solto, apesar de todos as políticas públicas que a escola afirma ter. Sugeri inclusive um mural de fotos para que as famílias conheçam estas ações, mas não só em fotos, precisamos de resultados positivos. Precisamos sentir as melhorias na prática. Essa é a luta dos pais da escola.

Um momento lindo da reunião, que não tem como deixar de ser relatado, foi a fala do Mestre Curumim, excepcional ser humano representando o Espaço Capoeira Cidadã, apresentando o seu trabalho de pesquisa iniciando-se na escola este ano com apoio da UFRJ, junto aos alunos do 4º ano. Este maravilhoso e emocionante trabalho é fundamental para médio e longo prazo.

A necessidade de uma ação conjunta, de uma grande campanha envolvendo toda a comunidade escolar, ainda se faz necessária.

Foi falado também sobre as carteirinhas escolares, que acabaram de chegar na escola. Um documento que representa a própria cidadania onde o aluno se torna identificado legalmente e uma ferramenta fundamental para os pais acompanharem de perto a presença e pontualidade de seus filhos e entes queridos e ainda proporciona descontos em eventos culturais fundamentais para a formação de nossas crianças e jovens. Uma conscientização prévia muito importante para que o documento não perca o seu valor perante às famílias e os alunos. Precisamos ficar de olho na administração dos registros pela escola. Precisa ser feito com responsabilidade e constância!

No geral, a reunião parece ter sido produtiva onde firmamos, mais uma vez, um acordo de parceria entre as famílias e a escola de extrema importância nesse processo de transformação . Deixamos agendado para o próximo dia 03/05/14 o nosso primeiro encontro do ano, apenas para os pais, que será realizada dentro da escola.

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